José Petitinga

José Florentino de Sena, conhecido como José Petitinga, nasceu no Sítio da Pedra, Bahia, em 2 de dezembro de 1866.

De família humilde, aos onze anos começou a trabalhar no comércio onde aprendeu serviços contábeis, dos quais tornou-se encarregado.

De inteligência primorosa, tornou-se notável jornalista, contabilista, orador, poeta, escritor, matemático e filólogo, e suas produções literárias foram publicadas em diversos veículos de comunicação, recebendo elogios de renomados literatos e intelectuais da época.

Abolicionista, escrevia artigos a respeito e, naturalmente, travava discussões com políticos. Para não criar dificuldades para sua família e seus patrões, adotou o pseudônimo Petitinga, que significa peixe miúdo. Esse nome cresceu em popularidade, sendo adotado em cartório.

Nada abalava o seu ideal, tal o seu caráter intrépido, o mesmo que pautou sua conduta como espírita a partir de 1887. Nascia aí um dos maiores defensores e trabalhadores do Espiritismo no Brasil. Essa convicção o incentivou, tempos depois, a fundar o Grupo Espírita Caridade, na cidade de Juazeiro, para onde se mudou em 1895 ao assumir a função de guarda-livros da Companhia Viação do São Francisco. Lá o Espírito Ignotus revelou-se seu guia, através do médium Floris de Campos Neto, ditando belas e incentivadoras mensagens à tarefa que o aguardava.

Transferindo-se para Salvador em 1912, assumiu a direção da Companhia União Fabril da Bahia, e aceitou o convite para participar do Centro Espírita Religião e Ciência, em visível declínio. O Centro acabou fechando, o que levou Petitinga a estudar os motivos e chegar à conclusão da falta de unidade doutrinária.

Em 1915, acompanhado de vários irmãos de crença, deu início ao que chamou de reuniões de peregrinação, ocorridas nos centros espíritas no período entre 3 de outubro  e 25 de dezembro, quando foi fundada a União Espírita Baiana, que hoje é a sede histórica da Federação Espírita do Estado da Bahia – FEEB.

Humilde e austero, ganhou respeito e notoriedade na capital baiana até dos adversários do Espiritismo por seus dotes intelectuais. Orador fluente, com verbo forte e eloquente, profundo conhecedor do Espiritismo, Petitinga teve a grande missão de unir os espíritas.

Colaborou em diversos jornais e periódicos, fundou o jornal A Ideia, escreveu os livros Harpejos vespertinos, Madressilvas e Tonadilhas.

Desencarnou em 25 de março de 1939, na cidade de Salvador, Bahia.