Sempre o bem

  Bendito sejas, coração amigo,

  Buscando construir e elevar para o bem

  Sem destacar a treva

  Nem ferir a ninguém.

 

  Deus te guarde na lei do auxílio que nos rege

  Sempre que te dediques a expressar-te,

  À Excelsa Providência determina

  Que a bênção do socorro esteja em toda parte.

 

  Quem de nós, aprendizes do progresso,

  Estará esquecendo orgulho, possessão, vaidade, força bruta?

  Sem o amparo de alguém que nos tolere

  E nos minore a luta?

 

  Não vale maldizer a sombra em torno,

  Basta a fim de arredá-la humilde vela acesa,

  Unir e melhorar, ajudar e servir

  São determinações da natureza.

 

  Um pântano qualquer pode fazer-se, um dia,

  Campina surpreendente, em fruto e flor,

  Mas não prescindirá de mãos amigas

  Que lhe estendam recurso, auxílio e amor…

 

  Fita a cachoeira em ápices de força…

  Sem alguém que lhe oferte o controle da usina.

  É grandeza de ação deficitária,

  Alto poder entregue à indisciplina.

 

  Certo bloco de mármore do monte

  Rolou a flagelar canteiros de verdura,

  Mas um artista a educá-lo, dia a dia,

  Dele fez obra-prima de escultura.

 

  Pensemos quanto a isso, alma querida,

  Estendendo a esperança, ante a força do bem;

  Quem procura no amor a elevação da vida,

  Não se detém no mal, nem censura a ninguém.

 

Maria Dolores

 

Livro Tempo de luz – Chico Xavier por Espíritos diversos